Entre Sonhos e Realidade
Andreia perguntou, visivelmente desconfiada: — Um show?! Como assim, um show? Emi, você tem ideia do que é necessário para organizar algo assim?
— Não faço ideia — respondi com um sorriso despreocupado —, mas isso não é problema. É só dar uma pesquisada básica e pronto!
Márcia arregalou os olhos, espantada com a minha resposta: — Pesquisada básica? Emi, você está louca! Fazer um show exige muito dinheiro, muito planejamento. Isso não é brincadeira!
Revirei os olhos, sem conter uma risada: — Ai, Márcia, calma! Era só uma brincadeira. Não acredito que você caiu nessa. Até parece que eu teria coragem de subir num palco e cantar para uma multidão!
Márcia balançou a cabeça, ainda perplexa: — É que você falou com tanta convicção que eu realmente achei que estava falando sério.
Suspirei, tentando desfazer o mal-entendido: — Nunca faria algo assim! Só de imaginar, acho que congelaria no palco ou nem conseguiria entrar!
Andreia, com um tom sarcástico, acrescentou: — Márcia, se você levar tudo o que a Emi fala a sério, vai acabar ficando maluca!
Márcia olhou para Andreia, ainda confusa: — Mas você confirmou o que ela disse!
Andreia deu de ombros, rindo: — Claro! Eu queria ver até onde ela iria com essa história.
Sorri, reconhecendo meu próprio hábito de fantasiar: — É verdade, minha cabeça é cheia dessas loucuras. Já quis ser bailarina, modelo, atriz, professora, médica... Esses devaneios aparecem na minha mente o tempo todo. Mas nunca é nada sério, bobinha!
Márcia ergueu o olhar, séria: — Eu não sou “bobinha”, Emi. Só gosto de acreditar nas pessoas.
Peguei sua mão, arrependida: — Me desculpa, amiga. Não quis te ofender. Mudando de assunto... eu vou pedir o meu Kássio em casamento.
Márcia riu e estreitou os olhos, desconfiada: — Ah, vá! Agora eu não caio mais nessa.
Respondi com firmeza: — Dessa vez é verdade. Se ele não tem coragem de me pedir, eu mesma vou fazer o pedido. Já estou cansada de esperar.
Andreia arqueou a sobrancelha e soltou um riso: — Cansada? Vocês nem estão juntos há um ano!
— Mas já é tempo suficiente para ele saber que eu sou a mulher da vida dele — rebati, cheia de convicção.
Andreia se acomodou na cadeira, tentando conter o riso: — Emi, você está me fazendo rir!
— Pois podem rir à vontade — respondi, séria —. Eu já tenho tudo planejado.
Andreia não perdeu a oportunidade de questionar: — E se ele não aceitar?
Olhei para ambas, decidida: — Por que ele não aceitaria? Mas, se isso acontecer, será a maior burrice da vida dele. Meninas, parem de pensar negativamente. Meu Kássio me ama, e tenho certeza de que é comigo que ele quer ficar.
Andreia inclinou a cabeça, ainda cética: — Você tem tanta certeza assim?
— Claro que tenho, Andy! — respondi, irritada com sua implicância.
Márcia, com um tom mais calmo, tentou me alertar: — A Andreia está certa, Emi. Você pode estar criando expectativas que talvez não correspondam à realidade.
Levantei com impetuosidade, encerrando o assunto: — Vocês vão ver quando o meu Kássio aceitar. Aí veremos quem estava certa nesta história.
Saí dali furiosa, magoada pelas dúvidas que minhas amigas haviam plantado em mim. No fundo, porém, uma pequena parte da minha mente começou a questionar. E se elas estivessem certas? Por que o Kássio nunca falou sobre casamento? Será que ele aceitaria meu pedido?
Passei a noite inteira acordada, atormentada por esses pensamentos. Embora eu fosse jovem demais para pensar em casamento, tinha certeza de que ele era o homem da minha vida. Mas algo dentro de mim murmurava que talvez ele não sentisse o mesmo. Resolvi enfrentar a dúvida e fui falar com ele.
Falei, tentando manter a calma: — Kássio, precisamos conversar. É algo muito importante, para mim e para você.
Ele me olhou com preocupação e segurou minha mão: — Claro, linda. O que houve?
Minha voz saiu hesitante: — Você me ama?
— Claro que amo! — respondeu ele sem pensar —. Por que está me perguntando isso?
Respirei fundo e desabafei: — Porque você diz que me ama, mas nunca falou em casamento. Isso me deixa... confusa.
Kássio ficou em silêncio, e aqueles segundos pareciam durar uma eternidade. Meu coração apertou, e eu comecei a pensar que talvez tudo estivesse prestes a desmoronar.
Finalmente, ele disse, com um tom firme: — Emi, quem disse que eu não quero me casar com você?
Olhei para ele, surpresa: — Então por que nunca falou nada? Estamos juntos há tanto tempo, e você nunca mencionou nada sobre isso.
Ele sorriu e respondeu com leveza: — Porque eu queria que fosse uma surpresa. Mas você é tão apressada que quase estragou tudo!
Envergonhada, abaixei os olhos: — Me desculpa, eu não queria te pressionar. É só que... eu fiquei insegura.
Ele segurou meu rosto delicadamente: — Ei, calma. Eu te amo, Emi. E sim, quero me casar com você. Mas eu preciso de um pouco mais de tempo, para fazer tudo do jeito certo. Só te peço paciência, tá?
Suspirei, aliviada: — Tudo bem, mas... o que eu digo para as minhas amigas?
Ele sorriu e, com a mesma tranquilidade, disse: — Você não precisa dizer nada a elas. Esse é um assunto só nosso. Mas tem uma coisa que você precisa saber...
Olhei para ele, curiosa: — O quê?
Ele segurou minha mão com firmeza e sorriu: — Eu quero passar todos os dias da minha vida ao seu lado.
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