terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Tempos de Colegial Capítulo 63

Amor, Razão e a Coragem de Escolher 


Ainda bem que ele não ouviu tudo!  

Com olhos curiosos e um leve tom de desconfiança, Kássio perguntou:  
— Quem vai casar?  

Tentei manter a naturalidade, mas o coração acelerou:  
— Ninguém, amor... é que o Marcelo pediu a Dani em casamento.  

Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso:  
— Mas eles são muito jovens.  
Revirei os olhos, sem esconder a incredulidade:  
— Muito jovens?!  

Kássio, sempre tão racional, soltou a sentença:  
— É. Eles nem trabalham. Como vão se sustentar?  
A resposta dele me atingiu como um choque, e eu retruquei, indignada:  
— É assim que você pensa?  

Com calma, mas firmeza, ele manteve sua posição:  
— Sim, primeiro eles têm que trabalhar. Só assim vão conseguir se sustentar.  

Balancei a cabeça, discordando com cada fibra do meu ser:  
— Mas, se eles se amam, o resto é detalhe.  

Ele me lançou um olhar que misturava paciência e persistência:  
— Amor, você está focando só no lado romântico.  
— E não é suficiente? Se existe amor, eles podem superar qualquer coisa.  

Ele sorriu, mas era um sorriso contido, quase triste:  
— Infelizmente, não se vive só de amor. Precisa ter estrutura, dinheiro...  

Suspirei, derrotada, mas não convencida:  
— É... Dessa vez você ganhou!  

Antes que eu pudesse argumentar mais, os olhos dele se iluminaram com algo novo.  
— Emi, tenho uma grande notícia para te contar.  
Minha curiosidade despertou na hora:  
— Que notícia?  

Com um sorriso tímido, mas orgulhoso, ele revelou:  
— Arrumei um emprego.  
Meu coração deu um salto de alegria:  
— Sério?!  

Ele continuou, com humildade:  
— Não paga tão bem, mas é melhor que nada.  
Eu o abracei, cheia de emoção:  
— Meu amor, isso é maravilhoso!  

E então ele deixou escapar, misterioso:  
— Logo vou te fazer uma surpresa.  

Meu coração acelerou ainda mais:  
— Huuum, adoro surpresas! O que é?
Mas ele, divertido, balançou a cabeça:  
— Não, nada de perguntas. Vai ter que esperar.  

Cruzei os braços, fingindo indignação:  
— Ah, como eu detesto esperar!  

Mal sabia eu o que ele estava tramando, mas minha mente já viajava. Desde que ele falou em surpresa, só conseguia pensar em um pedido de casamento. Será que era isso?  

Enquanto minha expectativa crescia, Marcelo continuava sua batalha pelo coração de Danile. Pobre Marcelo, cheio de paixão, mas preso nos medos dela.  

— Danile, quer casar comigo? a voz dele saiu carregada de esperança.  
Ela hesitou, evitando o olhar dele:  
— Marcelo... eu já expliquei... eu...  

Ele, com o coração apertado, a interrompeu:  
— Não entendo. Se você me ama, por que não aceita casar comigo?  
— Não é que eu não queira... mas somos tão jovens. Não sei o que vai acontecer, nem se vai dar certo...  

Marcelo segurou suas mãos com ternura, olhando fundo em seus olhos:  
— Para dar certo, só depende da gente. Eu te amo. Farei o possível e o impossível para te fazer feliz.  

Ela fechou os olhos, e uma lágrima solitária escapou:  
— Tenho medo de não ser quem você imagina... medo de você se cansar de mim...  

Ele, com todo o amor do mundo, respondeu:  
— Eu nunca vou me cansar de você.  

Com a voz embargada, ela balbuciou:  
— Mas eu... eu sou cheia de defeitos. Sou chata, insuportável às vezes. Mandona, egoísta, metódica...  

Ele, com um sorriso cheio de carinho, a interrompeu:  
— E daí? Eu quero você, com todos os seus defeitos. Quero viver minha vida com você.  

Ela olhou para ele, hesitante:  
— E se...  

Marcelo não deixou espaço para dúvidas:  
— "E se", nada. Apenas diz que aceita.

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