Laços Que o Tempo Quase Desfez
— Eu aceito.
Marcelo segurou as mãos dela com força e emocionado prometeu:
— Meu amor, eu prometo te fazer feliz pelo resto de nossas vidas.
Danile tentou esconder o nervosismo com um tom brincalhão.
— É bom mesmo, porque estou abrindo mão da minha liberdade para ficar com você. Eu não acredito que vou me casar!
Marcelo riu com ternura.
— Agora só falta fazer o pedido formalmente, aos seus pais.
Danile suspirou, preocupada.
— Essa é a parte mais difícil. Meu pai não vai gostar. Além disso, ele está viajando.
Marcelo respondeu com confiança:
— Ele vai fazer o que é melhor pra você. E o melhor pra você é se casar comigo.
Danile o olhou com um sorriso irônico.
— Convencido! Mesmo assim eu te amo.
Ele respondeu com doçura.
— Também te amo.
Danile, radiante, já sonhava com os detalhes.
— Vou contar para as meninas! Te vejo depois, tchau.
— Tchau! — Marcelo respondeu com um sorriso enquanto ela partia.
Enquanto isso, eu observava a felicidade estampada em Danile, sentindo uma mistura de emoções. O que estava acontecendo com ela era exatamente o que eu queria para mim. Será que Kássio não queria se casar comigo?
Eu estava dividida entre a alegria por minha amiga e a tristeza por pensar que meu Kássio talvez não compartilhasse dos mesmos sonhos. Danile chegou esbanjando felicidade.
— Emi, eu tenho uma super notícia pra te dar! — disse ela, quase ofegante de empolgação.
— Que notícia?
Danile sorriu como uma criança ao receber um presente.
— Eu vou me casar! Estou tão feliz. Tem tanta coisa pra fazer. Quero que você seja minha madrinha.
Meu coração disparou de surpresa.
— Eu? É sério? Oh, minha amiga, será um prazer.
Mas ela percebeu algo no meu tom e perguntou com preocupação:
— O que você tem?
Tentei disfarçar.
— Não é nada demais.
Ela insistiu, determinada a me ajudar.
— Me conta, quem sabe eu possa te ajudar.
Baixei os olhos, hesitante, e confessei:
— Acho que o Kássio não me ama o suficiente para se casar comigo.
Danile ficou chocada.
— Como não?
— Ele disse que tem uma surpresa, mas tenho medo de que ele... sei lá... — minha voz foi sumindo, tomada pela insegurança.
Danile pegou minha mão e, com firmeza, me lembrou.
— Emi, ele te ama. Se não, não teria te ajudado tanto quando perdemos a Sami. Acho que você está sendo precipitada. Veja o meu exemplo. Eu achava que nunca mais ia ver o Marcelo, e agora a gente vai se casar. Pode ser que Kássio esteja preparando algo especial.
Eu a encarei, com uma centelha de esperança.
— Você acha?
Ela sorriu, confiante.
— Claro, sua boba! Anda, vamos contar para as meninas a grande novidade.
Minha mente ainda estava presa em pensamentos.
— Será que a Andy não pretende voltar?
Danile protestou com veemência.
— Ah, não! Eu não vou me casar sem uma das minhas amigas!
Márcia apareceu de repente.
— Meninas, o que estão fazendo?
Expliquei:
— A gente ia até a sua casa.
Márcia fez um gesto de reprovação.
— Melhor não!
Danile perguntou, curiosa.
— Por quê?
Márcia respondeu com um suspiro.
— Tá a maior bagunça lá em casa.
Dei de ombros.
— Então vamos lá pra casa.
Enquanto íamos, meu celular vibrou. Era Andreia, que tinha acabado de voltar de viagem e queria que fôssemos buscá-la no aeroporto.
— Pode uma coisa dessas?! — exclamei, rindo e revirando os olhos.
Márcia brincou.
— Ela acha que pode!
Danile riu.
— Ela se aproveita porque sabe que estamos morrendo de saudades!
Rindo, respondi:
— Vamos logo, meninas. Estou com muita saudade da Andy, quero vê-la logo.
Márcia concordou.
— A gente tem tanta coisa pra conversar...
Danile completou com entusiasmo.
— Bota coisa nisso!!
De repente, fui interrompida por uma visão inesperada.
— Ah, não! Estragou o meu dia.
Danile perguntou, confusa.
— Quem?
Euzielen apareceu, e meu humor ficou evidente.
— Oi, meninas.
Márcia respondeu, hesitante.
— Oi, Euzi. O que está fazendo?
— Eu estava indo para casa quando vi vocês e resolvi falar.
Cruzei os braços, tentando apressar a conversa.
— Que pena, porque estamos com pressa.
Euzielen insistiu.
— Estão indo aonde?
Respondi friamente.
— Não é da sua conta! Vamos, meninas.
Ela segurou meu braço, pedindo.
— Espera, Emi.
Suspirei, impaciente.
— O que é?
A voz dela saiu baixa, quase trêmula.
— Eu sei que você me odeia...
Fui direta, sem rodeios.
— E com razão, não é?
Euzielen assentiu, com lágrimas nos olhos.
— Eu sei que tenho total responsabilidade por isso, e quero que saiba que me arrependo profundamente. Sinto falta de vocês, minhas melhores amigas. Quero pedir perdão por tudo que fiz, principalmente a você, Emi. Estou realmente arrependida de tudo. E preciso dizer que nunca quis tirar o Kássio de você.
Minha voz saiu cortante.
— Ah, não é? Mas foi o que você fez!
Ela balançou a cabeça, com um desespero sincero.
— Me perdoa, Emi. Fiz tudo aquilo por capricho. Fiquei com raiva porque o Kássio preferiu você a mim.
Márcia deu um passo à frente.
— Da minha parte, você está perdoada.
Danile concordou.
— Da minha também.
Mas eu só consegui balbuciar.
— Não sei se consigo te perdoar. Eu te considerava minha amiga, e você me traiu.
Euzielen, resignada, disse com suavidade.
— Eu entendo. Quando estiver pronta, sabe onde me procurar.
Fiquei ali, parada, sentindo um turbilhão de emoções. Aquela situação era nova para mim.
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