sábado, 22 de dezembro de 2012

Tempos de Colegial Capítulo 64

Laços Que o Tempo Quase Desfez



Danile sorriu, os olhos brilhando de felicidade.  
— Eu aceito.  

Marcelo segurou as mãos dela com força e emocionado prometeu:  
— Meu amor, eu prometo te fazer feliz pelo resto de nossas vidas.  

Danile tentou esconder o nervosismo com um tom brincalhão.  
— É bom mesmo, porque estou abrindo mão da minha liberdade para ficar com você. Eu não acredito que vou me casar!  

Marcelo riu com ternura.  
— Agora só falta fazer o pedido formalmente, aos seus pais.  

Danile suspirou, preocupada.  
— Essa é a parte mais difícil. Meu pai não vai gostar. Além disso, ele está viajando.  

Marcelo respondeu com confiança:  
— Ele vai fazer o que é melhor pra você. E o melhor pra você é se casar comigo.  

Danile o olhou com um sorriso irônico.  
— Convencido! Mesmo assim eu te amo.  

Ele respondeu com doçura.  
— Também te amo.  

Danile, radiante, já sonhava com os detalhes.  
— Vou contar para as meninas! Te vejo depois, tchau.  

— Tchau! — Marcelo respondeu com um sorriso enquanto ela partia.  

Enquanto isso, eu observava a felicidade estampada em Danile, sentindo uma mistura de emoções. O que estava acontecendo com ela era exatamente o que eu queria para mim. Será que Kássio não queria se casar comigo?  

Eu estava dividida entre a alegria por minha amiga e a tristeza por pensar que meu Kássio talvez não compartilhasse dos mesmos sonhos. Danile chegou esbanjando felicidade.  

— Emi, eu tenho uma super notícia pra te dar! — disse ela, quase ofegante de empolgação.  

— Que notícia?  

Danile sorriu como uma criança ao receber um presente.  
— Eu vou me casar! Estou tão feliz. Tem tanta coisa pra fazer. Quero que você seja minha madrinha.  

Meu coração disparou de surpresa.  
— Eu? É sério? Oh, minha amiga, será um prazer.  

Mas ela percebeu algo no meu tom e perguntou com preocupação:  
— O que você tem?  

Tentei disfarçar.  
— Não é nada demais.  

Ela insistiu, determinada a me ajudar.  
— Me conta, quem sabe eu possa te ajudar.  

Baixei os olhos, hesitante, e confessei:  
— Acho que o Kássio não me ama o suficiente para se casar comigo.  

Danile ficou chocada.  
— Como não?  

— Ele disse que tem uma surpresa, mas tenho medo de que ele... sei lá... — minha voz foi sumindo, tomada pela insegurança.  

Danile pegou minha mão e, com firmeza, me lembrou.  
— Emi, ele te ama. Se não, não teria te ajudado tanto quando perdemos a Sami. Acho que você está sendo precipitada. Veja o meu exemplo. Eu achava que nunca mais ia ver o Marcelo, e agora a gente vai se casar. Pode ser que Kássio esteja preparando algo especial.  

Eu a encarei, com uma centelha de esperança.  
— Você acha?  

Ela sorriu, confiante.  
— Claro, sua boba! Anda, vamos contar para as meninas a grande novidade.  

Minha mente ainda estava presa em pensamentos.  
— Será que a Andy não pretende voltar?  

Danile protestou com veemência.  
— Ah, não! Eu não vou me casar sem uma das minhas amigas!  

Márcia apareceu de repente.  
— Meninas, o que estão fazendo?  

Expliquei:  
— A gente ia até a sua casa.  

Márcia fez um gesto de reprovação.  
— Melhor não!  

Danile perguntou, curiosa.  
— Por quê?  

Márcia respondeu com um suspiro.  
— Tá a maior bagunça lá em casa.  

Dei de ombros.  
— Então vamos lá pra casa.  

Enquanto íamos, meu celular vibrou. Era Andreia, que tinha acabado de voltar de viagem e queria que fôssemos buscá-la no aeroporto.  

— Pode uma coisa dessas?! — exclamei, rindo e revirando os olhos.  

Márcia brincou.  
— Ela acha que pode!  

Danile riu.  
— Ela se aproveita porque sabe que estamos morrendo de saudades!  

Rindo, respondi:  
— Vamos logo, meninas. Estou com muita saudade da Andy, quero vê-la logo.  

Márcia concordou.  
— A gente tem tanta coisa pra conversar...  

Danile completou com entusiasmo.  
— Bota coisa nisso!!  

De repente, fui interrompida por uma visão inesperada.  
— Ah, não! Estragou o meu dia.  

Danile perguntou, confusa.  
— Quem?  

Euzielen apareceu, e meu humor ficou evidente.  
— Oi, meninas.  

Márcia respondeu, hesitante.  
— Oi, Euzi. O que está fazendo?  

— Eu estava indo para casa quando vi vocês e resolvi falar.  

Cruzei os braços, tentando apressar a conversa.  
— Que pena, porque estamos com pressa.  

Euzielen insistiu.  
— Estão indo aonde?  

Respondi friamente.  
— Não é da sua conta! Vamos, meninas.  

Ela segurou meu braço, pedindo.  
— Espera, Emi.  

Suspirei, impaciente.  
— O que é?  

A voz dela saiu baixa, quase trêmula.  
— Eu sei que você me odeia...  

Fui direta, sem rodeios.  
— E com razão, não é?  

Euzielen assentiu, com lágrimas nos olhos.  
— Eu sei que tenho total responsabilidade por isso, e quero que saiba que me arrependo profundamente. Sinto falta de vocês, minhas melhores amigas. Quero pedir perdão por tudo que fiz, principalmente a você, Emi. Estou realmente arrependida de tudo. E preciso dizer que nunca quis tirar o Kássio de você.  

Minha voz saiu cortante.  
— Ah, não é? Mas foi o que você fez!  

Ela balançou a cabeça, com um desespero sincero.  
— Me perdoa, Emi. Fiz tudo aquilo por capricho. Fiquei com raiva porque o Kássio preferiu você a mim.  

Márcia deu um passo à frente.  
— Da minha parte, você está perdoada.  

Danile concordou.  
— Da minha também.  

Mas eu só consegui balbuciar.  
— Não sei se consigo te perdoar. Eu te considerava minha amiga, e você me traiu.  

Euzielen, resignada, disse com suavidade.  
— Eu entendo. Quando estiver pronta, sabe onde me procurar.  

Fiquei ali, parada, sentindo um turbilhão de emoções. Aquela situação era nova para mim.  

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