terça-feira, 1 de maio de 2012

Tempos de Colegial Capítulo 36

 Amizades Verdadeiras e Corações Feridos


— Não! Eu não sei de nada! — Danile respondeu com ênfase, quase ofendida pela suspeita.

— Dani, se você souber de alguma coisa, por favor, não me esconda — implorei, minha voz quase falhando enquanto minha mente se perdia em conjecturas.

— Eu não sei de nada, amiga. Já falei. Se soubesse, eu te contaria — ela reafirmou, dessa vez com um tom mais suave, tentando me tranquilizar.

Suspirei profundamente, sentindo o peso da situação me esmagar. — Desculpa, é que eu estou meio atordoada com tudo isso.

— Não se deixe abater. Mostre ao Kássio que você é superior — aconselhou, sua voz carregada de determinação.

Mas eu não tinha forças para alimentar aquele tipo de conversa. — Dani, eu não quero mais falar disso.

Ela hesitou por um instante antes de sugerir: — Então, posso ligar para as meninas virem aqui?

— Só não chama a Euzi, está bem? — minha resposta foi direta, quase defensiva.

— Ok, mas acho que ela vai se chatear — respondeu, franzindo a testa com preocupação.

— Não me importa. Só quero que ela fique feliz com a minha dor pelas costas. Não gosto de como ela me olha — confessei, sentindo um incômodo que não conseguia explicar completamente.

— Como ela te olha? — Danile perguntou, curiosa.

— Como se quisesse me fuzilar. Se ela souber que o Kássio terminou comigo, ela vai tripudiar. Eu sei que vai. Eu não quero isso, não agora.

— Então nada de Euzi. Ok?

— Ok! — concordei, aliviada.

Após meia hora, as meninas chegaram, trazendo um pouco de distração para o turbilhão que girava na minha mente.

— Sami, minha irmã querida! Mamãe deixou você vir?! — perguntei, tentando mascarar a tristeza com entusiasmo.

— Foi difícil convencê-la, mas consegui! Que cara é essa?! — ela retrucou, observando-me com olhos que enxergavam além das aparências.

— Que cara? Não tem cara nenhuma! — rebati, tentando parecer natural.

— Tem sim! Cara de quem andou chorando. O que foi?

As palavras dela romperam a fachada que eu tentava manter. Engoli em seco e, com a voz trêmula, confessei: — Kássio terminou comigo.

— O quê?! — ela exclamou, incrédula.

— Foi depois que você e mamãe saíram.

— Mas ele estava dormindo! Como pode?

— Ele estava fingindo.

— O quê?! Por quê? — perguntou, a indignação evidente no tom dela.

— Não queria que mamãe e você ouvissem o que ele tinha pra dizer.

Sami levou as mãos ao rosto, chocada. — Ah, meu Deus, você deve estar arrasada!

— Estou, mas eu vou superar.

Ela se aproximou, preocupada. — Por que você não me ligou?

— Não sei... Por favor, não me faça mais perguntas. Eu só quero esquecer — pedi, encerrando a conversa antes que a dor transbordasse ainda mais.


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