Tensão, improviso e conflito
O dia da apresentação finalmente chegou, e o nervosismo pairava no ar como uma nuvem pesada. Estávamos na escola, cada uma de nós lutando contra o medo de que algo desse errado. Meu coração parecia uma bateria de escola de samba, batendo descompassado. Mas, contra todas as probabilidades, conseguimos. Deu tudo certo.
Virei-me para Sami, ainda tentando processar o que acabara de acontecer.
— Sami, minha irmã, eu estou impressionada com o seu poder de improvisar. É incrível! Como você consegue estar por dentro do assunto sem estudar, sem nem saber muita coisa?
Sami deu um sorriso de canto, aquele típico dela, cheio de autoconfiança.
— Ô minha irmã, acontece que eu já tinha lido antes. Então, já tinha uma opinião formada sobre o assunto.
Márcia balançou a cabeça, rindo.
— Sami, parabéns! Você convenceu até a mim de que sabia tudo sobre o tema!
Andreia cruzou os braços, fingindo indignação.
— Para com isso, gente. A Sami estava escondendo o jogo o tempo todo.
Danile suspirou, jogando as mãos para o alto.
— Apresentou melhor que eu, que passei noites estudando.
Soltei uma risada, balançando a cabeça.
— Até parece que vocês não conhecem a Sami. Ela faz esse barulho todo e, no final, surpreende todo mundo.
Sami ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo.
— Ok, obrigada pelos elogios! Mas chega de falar de mim. Vamos mudar de assunto. Por exemplo, vocês viram o aluno novo? Que gato, hein?
Revirei os olhos, sem conseguir conter meu comentário.
— Eu achei ele muito metido.
Euzielen apareceu do nada, com aquele sorriso travesso que só ela tinha.
— Eu adorei.
Sami arregalou os olhos, surpresa.
— Tá fazendo o quê aqui, Euzi?
Euzielen deu de ombros, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Eu estudo aqui!
Sami franziu a testa, confusa.
— Mas você não estava doente?
Euzielen riu, com um ar dramático.
— Doente não, convalescendo! Ah, e por falar nisso, oi, Emi. Eu soube que o Kássio te chutou!
Senti meu sangue ferver instantaneamente. Olhei para ela, tentando manter a calma.
— Euzi, não começa ou não respondo por mim!
Ela levantou as mãos, fingindo inocência.
— Eu não comecei nada! Foi o Kássio quem começou... quer dizer, terminou!
Foi a gota d’água. Antes que pudesse me conter, voei no pescoço dela, minha paciência completamente esgotada.
— Olha aqui, sua cobra peçonhenta, você não se mete comigo ou vou te dar uma surra. Estou te avisando!
Euzielen começou a gritar, tentando se desvencilhar.
— SOCORRO! Alguém tira essa louca de cima de mim! AAAHHHHH! SOCORRO!
A sala virou um caos, mas, no fundo, eu sabia que essa era apenas mais uma das nossas histórias para lembrar e rir depois. Porque, no final, sempre éramos nós contra o mundo.
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