Entre Conflitos e Reencontros
— Emi, para com isso! Você quer ser suspensa?
Eu me desvencilhei, ainda fervendo de raiva, e olhei para ela com determinação.
— Não me importo de ser suspensa, se for para dar uma boa surra nessa traidora!
Andreia colocou-se entre mim e Euzielen, tentando desesperadamente acalmar a situação.
— Emi, pensa bem... é semana de prova! Você quer mesmo complicar tudo?
Antes que eu pudesse responder, Danile olhou ao redor, alarmada.
— A diretora está vindo! E agora? O que a gente faz?
Sami levantou as mãos, como se já tivesse um plano mirabolante.
— Corram!
Andreia balançou a cabeça, sua voz soando quase em pânico.
— Não vai dar tempo! E agora? O que a gente faz?
Sami olhou para nós, com um brilho travesso nos olhos.
— Já sei! Deixa comigo!
Nesse instante, Olga, a diretora, surgiu com sua postura imponente, cruzando os braços.
— O que está acontecendo aqui?
Sami deu um passo à frente, com um sorriso que beirava o convincente.
— Nada de mais, senhora diretora. A gente só está treinando kung fu.
Olga franziu o rosto, claramente desconfiada.
— Kung fu? Parem já com isso! O que seus pais vão dizer, se souberem que estão se atracando no meio do pátio?
Andreia, com sua calma calculada, respondeu rapidamente.
— Nossos pais sabem, senhora diretora.
Olga levantou uma sobrancelha, mas manteve sua autoridade.
— Mesmo assim! Parem imediatamente, ou terei que dar suspensão para todas vocês. E que isso nunca mais se repita, entenderam?
Sami abaixou a cabeça, tentando parecer arrependida.
— Sim, senhora diretora.
Eu, sem conseguir conter um último comentário, soltei:
— Não se preocupe, senhora diretora. Eu já fiz o que queria.
Olga olhou para mim, desconfiada.
— Como assim?
Sami rapidamente interveio, dando uma risadinha nervosa.
— O que ela quer dizer é que já aprendeu o golpe que queria.
Olga suspirou e apontou em direção à escola.
— Parem com isso e vão para a sala de aula. O sinal já tocou.
Andreia, Danile e eu trocamos olhares aliviados enquanto Sami, sempre espirituosa, murmurou:
— A gente já está indo.
Assim que Olga saiu de vista, Danile soltou o ar, como se tivesse segurado a respiração o tempo todo.
— Ufa! Foi por pouco!
Sami virou-se para mim, o tom sério substituindo seu habitual tom brincalhão.
— Minha irmã, você tem que parar com isso. Não dá para sair brigando na escola.
Cruzei os braços, ainda um pouco contrariada.
— Acontece que ela me provocou!
Sami suspirou, colocando a mão no meu ombro.
— Eu sei. Mas mostre que você é superior a ela.
Suspirei, frustrada, e murmurei:
— Ela tem o dom de me tirar do sério!
Danile balançou a cabeça, pensativa.
— A Euzi não era assim. O que aconteceu com ela?
Andreia assentiu, com um olhar distante.
— É verdade... ela está muito mudada. Mal fala com a gente.
O silêncio que se seguiu trouxe uma mistura de tristeza e reflexão. Algumas coisas haviam mudado e talvez não pudessem voltar a ser como antes.
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