terça-feira, 6 de março de 2012

Tempos de Colegial Capítulo 11

 Revelações e Descobertas


— Eu tinha medo que você não aceitasse. — disse Kássio, com os olhos cheios de incerteza.

— Por quê? — perguntei, surpresa.

— Agora pouco você pensou que fosse uma piada! Você é a primeira pessoa a quem peço em namoro que acha que é uma piada. — confessou Kássio, um pouco desconcertado.

— Tá bom, eu me rendo! — respondi, rindo para aliviar a tensão.

— Viu? — ele sorriu, mas havia um toque de vulnerabilidade em sua voz.

— É que estou morando aqui há pouco tempo, e o que eu ouvi sobre você me fez tirar algumas conclusões. — expliquei, sentindo um peso sair de meus ombros.

— Precipitadas! — disse Kássio, com um olhar sério.

— Espero que sim! — retruquei, tentando entender.

— Eu não sou quem você pensa. — ele disse, com um suspiro profundo.

— É? Então me diz quem você é. — perguntei, curiosa.

— Eu sou um... um... um nerd! — confessou ele, hesitante.

— Um nerd?! Como assim? — perguntei, confusa.

— Um nerd! Só que sem óculos, espinhas e aparelho. — explicou Kássio, com um sorriso tímido.

— Tipo... você é do tipo popular mas, na verdade, você é nerd. — falei, tentando assimilar a informação.

— É, para os outros eu sou descolado. Mas quando estou só, gosto de estudar e de fazer tudo que um nerd faz. — confessou ele, abrindo seu coração.

— Só que você não parece um nerd. — observei, intrigada.

— Isso! — ele sorriu, concordando.

— Por isso você esnoba as outras meninas? — perguntei, tentando entender melhor.

— É, eu acho que elas não me entendem. — admitiu Kássio, um pouco triste.

— Você tenta parecer descolado para ser aceito. — observei, sentindo empatia por ele.

— É exatamente isso! — ele afirmou, aliviado por ser compreendido.

— Mas, por que você deu um toco na Euzi? — perguntei, lembrando da situação.

— Porque não pega bem namorar uma garota nerd. Aí que meus amigos iam zombar de mim. — explicou Kássio, com um olhar de culpa.

— Olha, eu acho que gostar de estudar não é coisa só de nerd. — falei, tentando tranquilizá-lo.

— Não? — ele perguntou, esperançoso.

— Não! Qualquer um pode gostar de estudar. O que acontece é que as pessoas que não gostam de estudar debocham das que gostam para se sentirem superiores. Mas, na verdade, elas sentem inveja. — expliquei, com sinceridade.

— Inveja? — ele repetiu, surpreso.

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