Decidido, Daniel voltou para
falar com Mila, mas a viu abraçando um garoto na porta de casa, então ele
resolveu esquecer tudo o que houve e foi para casa.
No dia seguinte Mila ouve a
campainha tocar. Quando abriu a porta teve uma surpresa:
— Oi! Bom dia — disse Daniel.
E Mila respondeu surpresa: —
Bom dia — ela perguntou: — O que faz aqui?
Daniel respondeu: — Estou
procurando a Marília.
Mila achou estranho o fato de
ele procurar por Marília, então perguntou: — É alguma brincadeira de mau gosto?
Já vou avisando que detesto esse tipo de piada!
Sem entender nada Daniel
respondeu: — Não é brincadeira, este é o endereço da tia Marília, foi minha mãe
quem me deu. Olha aqui o papel.
Daniel entregou o papel para
ela, que pode constatar que o rapaz falara a verdade.
Ela respondeu: — Esse é o
endereço dela, sim. Mas ela não poderá atendê-lo.
Daniel insistiu: — Me
desculpe, mas é muito importante que fale com ela. Você poderia chamá-la, por
favor?
Entretanto, Mila não conseguiu
se conter e começou a insultar Daniel: — Você é muito estúpido! Como pode vir
até a minha casa e me fazer uma brincadeira dessas? Imbecil, idiota, vi embora
da minha casa!
Sem entender nada ele tentou
explicar, mais uma vez: — Olha, eu realmente não entendo a sua reação. Já te
disse que não é brincadeira, estou procurando minha tia porque preciso falar
algo muito importante com ela.
Exaltada Mila respondeu: — E
eu já te disse que não poderá falar com ela!
Daniel então perguntou: — E
por que eu não posso falar com ela?
Mila respondeu, baixando o tom
de voz: — Porque minha mãe morreu há três anos!
Daniel, desconsertado,
retrucou: — Oh, eu sinto muito... Eu... Eu não sabia. Desculpe-me, eu não queria
incomodar, só precisava falar com ela.
Tentando conter a curiosidade,
Mila perguntou: — O que você queria falar com ela? Você disse que era algo
importante.
Daniel não quis revelar o
motivo da visita: — Esquece, agora não tem mais tanta importância. Desculpe-me
por incomodar e, sinto muito pela sua mãe.
Mila, tentando prolongar a
conversa, perguntou: — Você conhecia a mamãe há muito tempo?
Daniel respondeu: — Desde que
eu tinha cinco anos. Ela e minha mãe eram amigas. E antes de... Antes de...
Mila perguntou: — Antes de
quê? Que mal educada, nem te convidei para entrar!
Daniel respondeu: — Não
precisa, eu tenho que ir.
Mila insistiu: — Por favor, é
o mínimo que eu posso fazer.
Daniel disse: — Tudo bem, mas
não vou demorar muito, não quero incomodar.
Daniel entrou reparando tudo,
como faz alguém que entra em lugares desconhecidos.
Mila disse para ele se sentar
e perguntou: — Você aceita um suco, um chá ou café?
Daniel respondeu: — Um suco,
por favor.
E Mila disse: — Só temos suco
de laranja. Pode ser?
Daniel respondeu: — Pode.
Continuando o assunto, ela
disse: — Você não me falou o que queria conversar com a minha mãe. Se é que eu
posso saber.
Daniel tirou um gole do suco,
colocou o copo na mesa de centro e respondeu: — Antes de morrer, a minha avó
disse que sua mãe sabia quem era meu pai biológico.
Mila perguntou: — A sua avó
não conheceu seu pai biológico?
Daniel disse: — Não. Ele saiu
da nossa cidade para trabalhar, quando minha mãe descobriu que estava grávida.
Era uma gravidez de risco, então ela voltou para a casa da minha avó.
Querendo saber o resto da
história, a menina perguntou: — E seu pai não procurou vocês?
Ele respondeu: — Não sei. A
única coisa que eu sei é que ele morava nessa cidade e que era muito amigo da
tia Marília.
Sem entender que relação tinha
a história de Daniel com a mãe, Mila perguntou: — E como você conheceu a minha
mãe?
Daniel explicou: — Minha mãe
estudou com ela, desde o ensino médio até a universidade. Então mamãe conheceu
um rapaz, e foi morar com ele. Ele conseguiu um trabalho em outra cidade e,
teve que deixar minha mãe. Foi a tia Marília quem ajudou a minha mãe a voltar
para a casa da vovó. Quando soube que a mamãe havia morrido, a tia Marília
ajudou a minha vó a cuidar de mim. Eu lembro que ela foi morar na nossa cidade
por um tempo. Ela chegou à nossa casa com um bebê, devia ter três anos de
idade, uma menina linda. A gente brincava bastante, mas a tia teve que voltar
para cá e, deixou o endereço dela com a minha avó. E foi procurando esse
endereço que eu quase te atropelei.
Mila perguntou: — A sua avó
morreu do quê?
Ele respondeu: — Infarto. Ela
morreu a caminho do hospital.
Mila retrucou: — Sinto muito.
Querendo saber mais sobre a
morte da tia, Daniel perguntou: — Como a tia morreu?
Mila respondeu: — Ela sofreu
um acidente. Foi horrível. Um carro avançou a preferencial e pegou o carro dela
em cheio. Mamãe ficou presa nas ferragens e o carro explodiu. Eu lembro que as
pessoas tentaram ajuda-la, mas ela pedia que me tirassem do carro primeiro. Foi
quando um homem conseguiu me tirar do carro... — tentando segurar o choro, ela
continuou — não deu tempo de tirar a minha mãe. Antes de o carro explodir, ela
ainda conseguiu dizer que me amava.
Mila não conseguiu conter as
lágrimas, então Daniel a abraçou fortemente, na tentativa de consolar à garota.
Continua>>>
Mesmo através da dor, Daniel e
Mila conseguiram se entender. Será que eles vão continuar assim?
Não perca o próximo capítulo!!
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