Encontros e Segredos: Quando o Passado Retorna
— Meninas, tem um garoto esquisito seguindo a gente! — minha voz quebrou o silêncio, carregada de tensão.
— Não brinca! — exclamou Márcia, arregalando os olhos.
— Não é brincadeira — respondeu Danile, visivelmente desconcertada. — É o Diego, meu ex-namorado! Como ele descobriu onde eu estou?!
Meu coração disparou. Havia algo no olhar da Dani que me dizia que essa situação ia além de um simples encontro inesperado.
— Vamos falar com ele. — sugeri impulsivamente.
— Não, Emi, vamos embora. Por favor! — Dani implorou, a urgência na sua voz era impossível de ignorar.
— Mas por que você não quer falar com ele? — questionou Márcia, intrigada.
— É, eu falo com todos os meus ex-namorados. — Andreia riu, quebrando brevemente a tensão.
— Eu preciso ir embora, agora! Meninas, vamos logo. — Dani repetiu, quase em desespero.
— Tarde demais — Andreia anunciou. — Ele tá vindo pra cá.
— Ah não! — Dani murmurou, sua expressão de pânico era evidente.
— Olá, Dani! — A voz do Diego soou descontraída, como se nada tivesse acontecido. — Eu tava passando e vi vocês aqui. Quanto tempo!
— Nem tanto! — respondeu Dani, seca. — A gente tem que ir. Vamos, meninas!
Depois de nos afastarmos, Andreia não se conteve: — Por que você falou com ele desse jeito?
— Não era pra eu ter falado com ele! Nem era pra ele ter me visto! — Dani rebateu, inquieta.
— Ele é um gato! — comentei, tentando aliviar o clima.
— Huumm, será que o Kássio acha a mesma coisa? — brincou Márcia, com um sorriso provocador.
— Ei! Ele não precisa saber. Além disso, eu não sou cega. Posso admirar um garoto, o que não significa que eu queira ficar com ele. — retruquei, com um tom defensivo.
— Tá vindo um táxi ali. TÁXI! — Andreia acenou vigorosamente.
No táxi, a tensão ainda pairava no ar. Arrisquei perguntar: — Dani, o que foi aquilo?
— Nada, Emi. Eu não quero falar sobre isso. — respondeu ela, cruzando os braços.
— Falar ajuda a desabafar, Dani. — insistiu Márcia.
— Eu não quero falar. Por favor, respeitem o meu silêncio.
Suspirei, percebendo que insistir não levaria a lugar algum. — Tudo bem, se você não quer falar, não sou eu quem vai te obrigar.
— Pode parar aqui, moço. — Dani pediu ao motorista, encerrando abruptamente o assunto.
Enquanto ela saía do carro, eu não consegui me segurar. — Dani, não finja que não está me ouvindo.
Ela parou e se virou. — Emi, às vezes você chega a ser irritante.
— Só estou tentando te ajudar, Dani. — respondi, ferida por suas palavras.
Seus olhos suavizaram. — Eu sei, e eu te amo por isso. Mas, dessa vez, não tente me ajudar. Vai ser melhor pra vocês não se meterem nisso. Por favor, Emi, promete que vai ficar fora disso.
Engoli em seco. — Tudo bem, eu prometo. Mas você tem que prometer que, se precisar de ajuda, não vai hesitar em nos chamar.
— Eu prometo. — respondeu ela, antes de desaparecer na multidão.
Fiquei preocupada. Algo estava profundamente errado, e o pior de tudo era que Dani não queria nossa ajuda. Quanto mais eu pensava, mais minha vontade de enfrentar Diego crescia. Eu precisava entender o que estava acontecendo. E foi exatamente o que decidi fazer.
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