terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tempos de Colegial Capítulo 67

Verdades Ocultas: Laços de Amizade e Segredos do Passado 



— Ei, posso falar com você? — perguntei, tentando soar firme, mas a tensão em minha voz me traía.  

— Claro! Sobre o quê você quer falar? — Diego respondeu, sem desviar o olhar, com um tom quase desafiador.  

— Sobre a Dani.  

Ele franziu o cenho. — Dani?! Que Dani?  

— A Danile.  

— Ah tá, saquei! — Diego disse, com um meio sorriso que me deixou desconfortável.  

— Sacou o quê? — questionei, sentindo um calafrio percorrer minha espinha.  

— Ela está enganando vocês.  

Meu coração acelerou. — Enganando? Como assim?!  

— O nome dela não é Danile, é Daniela.  

— Daniela? Não, você deve estar enganado. Nós vimos a identidade dela.  

— O nome dela é Daniela — Diego insistiu, como se soubesse que estava prestes a destruir algo. — Mas nos documentos consta como Danile porque ela está se escondendo de alguém.  

— Se escondendo? De quem?  

Ele deu um passo à frente, fazendo com que eu me afastasse instintivamente. — De mim.  

— De você? Por quê?  

— Porque ela acha que eu sou um traficante.  

Minhas pernas ficaram bambas. — Traficante? Tipo traficante de drogas?  

— Exatamente.  

— E você é? — perguntei, sentindo o ar ficar mais pesado ao nosso redor.  

— Não sei, talvez.  

— Como assim, talvez? Ou você é ou não é.  

Diego deu de ombros, sua expressão cínica me tirava do sério. — Pense o que quiser.  

— Estou achando que vir falar com você foi um erro. — minha voz soou mais fraca do que eu gostaria.  

Antes que pudesse sair, ouvi uma voz familiar. — Emi! Até que enfim eu te encontrei. Sua mãe tá te procurando há séculos!  

Virei-me para ver Euzi, a expressão preocupada no rosto dela só aumentava a minha angústia. — Por quê? O que aconteceu?  

— Rápido, Emi, vem!  

— Tchau! — Diego disse, como se nada o abalasse.  

— Tchau. — retruquei, antes de encarar Euzi novamente. — O que aconteceu com a minha mãe?  

— Nada.  

Eu parei, incrédula. — Nada?! Por que você inventou isso? Eu fiquei preocupada! Desde que perdi a Sami, eu vivo angustiada. Tenho medo que algo aconteça com a minha mãe. Não quero que nada de ruim aconteça a ela!  

— Me desculpa, Emi. Eu não queria te assustar. — Euzi admitiu, visivelmente arrependida. — Acontece que eu te vi conversando com aquele cara. Você parecia assustada, então só queria ajudar. Me desculpa, me desculpa mesmo.  

Suspirei, sentindo a raiva e a preocupação se dissiparem. — Tudo bem, Euzi. Me desculpa também. Quero que saiba que eu não te odeio. Tenho um pouco de raiva de você, mas não te odeio.  

— Sabe o que eu mais gosto em você?  

— O quê?  

— A sua sinceridade. Você joga a verdade na cara das pessoas, sem se importar se magoa ou não. E, mesmo assim, consegue fazer com que te entendam. Eu sei que não fui honesta com você, e sei que fui a pior amiga do mundo. Mas, se você me der uma chance, vou provar que mudei.  

— Não precisa me provar nada. Só quero que você volte a ser minha melhor amiga, como antes.  

Os olhos dela brilharam, e seu sorriso era a prova de que algo havia mudado entre nós. — Obrigada, Emi. Você não vai se arrepender.  

— Espero que não.  

Ela deu uma risadinha, quebrando o momento. — Mudando de assunto, quem era aquele cara?  

— É o ex-namorado da Dani. Estou preocupada com ela, e não posso fazer nada pra ajudar. Foi uma loucura eu ter ido falar com ele, mas eu tinha que fazer alguma coisa. Ela é minha amiga e está com medo dele.  

— Medo? Por quê?  

— Não tenho certeza. Quando nós o vimos na rua ontem, ela ficou assustada. Eu percebi quando ele se aproximou de nós. Ela acha que ele é traficante.  

— E daí? Ele a ameaçou? Foi isso?  

— Não sei. Ela não quis contar nada pra gente. Me sinto impotente diante dessa situação.  

Euzi colocou a mão no meu ombro, seu toque era reconfortante. — Você não pode tomar as dores do mundo. Se ela não quis contar, é porque está sob controle. Se você quiser, eu posso falar com ela.  

— Você faria isso? — perguntei, surpresa.  

— Claro!  

— Obrigada, Euzi. Pode ser agora?  

— Tudo bem. Eu ligo pra ela e a convido pra tomar um sorvete.  

— E eu vou embora, porque sei que ela não vai falar nada comigo aqui. Tchau.  

— Tchau.  

Enquanto Euzi se afastava, vi nela um vislumbre da amiga que eu havia perdido. Pouco depois, Dani foi ao encontro dela.

— Fiquei surpresa com a sua ligação, Euzi. Quanto tempo a gente não se vê.  

— Muito tempo mesmo. O bastante para o Diego reaparecer na sua vida. A Emi está preocupada.  

Dani fechou o rosto, a tensão era evidente. — Você não contou nada, não é?  

2 comentários:

  1. Essa web é muuuuitoooo boooaaa!!! Não vejo a hora de você postar o próximo capítulo...

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