domingo, 5 de agosto de 2012

Tempos de Colegial Capítulo 52

Diálogos que conectam


— Me desculpe, foi só um modo de falar, eu não quis insultar você — disse Noel, seu tom genuíno, mas ligeiramente desconcertado.

Suspirei, tentando controlar a irritação que ainda fervia em mim.

— Me desculpe também — respondi, baixando o olhar por um momento antes de encará-lo de novo. — Eu estou irritada com o meu ex e acabei descontando em você. É Noel, não é?

Um sorriso meio tímido se formou em seus lábios.

— Isso mesmo. Mas agora eu me sinto em desvantagem.

Arqueei uma sobrancelha, intrigada.

— Desvantagem? Por quê?

— Porque você sabe o meu nome e eu não sei o seu.

Abri um sorriso de canto, tentando relaxar pela primeira vez naquela noite.

— Emília. Mas pode me chamar de Emi.

— Bonito nome! — comentou ele, com um brilho divertido no olhar.

— Obrigada — respondi, tentando ignorar o calor sutil que subiu ao meu rosto.

Ele deu um passo para trás, gesticulando em direção à festa.

— Então, Emi, o que acha de aproveitar a festa comigo?

Balancei a cabeça, soltando uma risada curta, mas ainda um pouco amarga.

— Vou ao banheiro me recompor primeiro. Mas, sendo sincera, não sei se quero passar a festa ao seu lado.

Ele estreitou os olhos, inclinando levemente a cabeça.

— Por que não?

Cruzei os braços, decidida a ser honesta.

— Para falar a verdade, eu não gosto de você. Acho você exibido, prepotente, egocêntrico...

Ele piscou, surpreso, mas mantendo o tom leve.

— Tudo isso?

Sacudi a cabeça com um leve sorriso irônico.

— Não, tem mais. Mas acho que assim já te define quase que por completo.

Noel levou uma das mãos ao peito, teatralmente.

— Nossa! Você sabe como atingir um cara, não é?

Revirei os olhos, mas senti um sorriso involuntário ameaçar surgir.

— Desculpa, é que tenho o péssimo hábito de falar a verdade sem medir as palavras. Mas realmente não gosto de você.

Ele inclinou-se ligeiramente, mantendo os olhos fixos nos meus, agora com um misto de desafio e interesse.

— Ok, você já deixou isso bem claro. Só te peço uma chance para provar que não sou tudo isso que você pensa.

Franzi o cenho, ponderando suas palavras.

— Não sei… deixa eu pensar. — Fiz uma pausa dramática e, por fim, suspirei. — Tudo bem. Mas se você não conseguir mudar minha impressão, você me esquece para sempre.

Noel abriu um sorriso meio torto, o tipo de sorriso que parecia carregar uma promessa de algo inesperado.

— Vai ser difícil esquecer uma garota como você, mas eu aceito.

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