Diálogos que conectam
— Me desculpe, foi só um modo de falar, eu não quis insultar você — disse Noel, seu tom genuíno, mas ligeiramente desconcertado.
Suspirei, tentando controlar a irritação que ainda fervia em mim.
— Me desculpe também — respondi, baixando o olhar por um momento antes de encará-lo de novo. — Eu estou irritada com o meu ex e acabei descontando em você. É Noel, não é?
Um sorriso meio tímido se formou em seus lábios.
— Isso mesmo. Mas agora eu me sinto em desvantagem.
Arqueei uma sobrancelha, intrigada.
— Desvantagem? Por quê?
— Porque você sabe o meu nome e eu não sei o seu.
Abri um sorriso de canto, tentando relaxar pela primeira vez naquela noite.
— Emília. Mas pode me chamar de Emi.
— Bonito nome! — comentou ele, com um brilho divertido no olhar.
— Obrigada — respondi, tentando ignorar o calor sutil que subiu ao meu rosto.
Ele deu um passo para trás, gesticulando em direção à festa.
— Então, Emi, o que acha de aproveitar a festa comigo?
Balancei a cabeça, soltando uma risada curta, mas ainda um pouco amarga.
— Vou ao banheiro me recompor primeiro. Mas, sendo sincera, não sei se quero passar a festa ao seu lado.
Ele estreitou os olhos, inclinando levemente a cabeça.
— Por que não?
Cruzei os braços, decidida a ser honesta.
— Para falar a verdade, eu não gosto de você. Acho você exibido, prepotente, egocêntrico...
Ele piscou, surpreso, mas mantendo o tom leve.
— Tudo isso?
Sacudi a cabeça com um leve sorriso irônico.
— Não, tem mais. Mas acho que assim já te define quase que por completo.
Noel levou uma das mãos ao peito, teatralmente.
— Nossa! Você sabe como atingir um cara, não é?
Revirei os olhos, mas senti um sorriso involuntário ameaçar surgir.
— Desculpa, é que tenho o péssimo hábito de falar a verdade sem medir as palavras. Mas realmente não gosto de você.
Ele inclinou-se ligeiramente, mantendo os olhos fixos nos meus, agora com um misto de desafio e interesse.
— Ok, você já deixou isso bem claro. Só te peço uma chance para provar que não sou tudo isso que você pensa.
Franzi o cenho, ponderando suas palavras.
— Não sei… deixa eu pensar. — Fiz uma pausa dramática e, por fim, suspirei. — Tudo bem. Mas se você não conseguir mudar minha impressão, você me esquece para sempre.
Noel abriu um sorriso meio torto, o tipo de sorriso que parecia carregar uma promessa de algo inesperado.
— Vai ser difícil esquecer uma garota como você, mas eu aceito.
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