Dança de Emoções: Entre Feridas e Confissões
O dia chegou ao fim, e a noite deslizou como um sussurro, trazendo consigo o tão aguardado dia da festa. A energia era palpável enquanto nos arrumávamos na minha casa. Cada detalhe parecia conspirar para nos fazer sentir radiantes. Estávamos deslumbrantes.
Ao chegarmos à festa, meu coração deu um salto. Kássio estava lá. Ele parecia tão bonito que era impossível não notar. Porém, lá estava ele... com a Euzi. Meu peito se apertou, uma dor que queimava, um lembrete cruel de que ele não estava ao meu lado. Pior ainda era o fato de que, um dia, Euzi havia sido minha amiga.
Fiz o possível para não encarar, mas seus olhares encontraram os meus. Ele tentava disfarçar, mas seus olhos contavam uma história diferente. E, para ser honesta, confesso que desejei, ainda que em segredo, estar ao lado dele naquela noite.
Miguel começou a tocar uma música lenta, o som envolvendo o ambiente com uma melodia quase mágica. Foi então que percebi o movimento. Kássio, sutilmente, conseguiu se desvencilhar da Euzi e veio direto na minha direção. Meu coração disparou.
— A senhorita gostaria de dançar comigo? — perguntou ele, estendendo a mão com um sorriso que parecia destinado a desarmar todas as minhas defesas.
Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas.
— Você não estava com a Euzi? Vai dançar com ela! — retruquei, tentando esconder o turbilhão dentro de mim.
— Emi, por favor, estou te pedindo — disse ele, num tom que carregava uma mistura de urgência e arrependimento.
Cruzei os braços, mantendo minha postura firme.
— Acontece que sua namorada pode não gostar.
Ele balançou a cabeça rapidamente.
— Ela não é minha namorada.
Soltei uma risada seca.
— Não é isso o que ela anda dizendo por aí. E além disso, Kássio, você terminou comigo. Lembra?
Ele suspirou, seus olhos cheios de uma dor que me desarmava e me irritava ao mesmo tempo.
— Isso eu posso explicar.
— Eu não quero ouvir suas explicações.
— Emi, por favor, nós temos muito o que conversar — insistiu, sua voz agora carregada de vulnerabilidade.
Balancei a cabeça, frustrada.
— Eu não tenho nada para conversar com você.
— Emi, me escuta. Eu te peço cinco minutos. Se você não acreditar em mim, eu prometo que te deixo em paz. É sério, Emi. Eu não aguento mais ficar longe de você.
As palavras dele acertaram em cheio. Minhas mãos tremiam levemente, mas minha voz permaneceu fria.
— Pensasse nisso antes de terminar comigo.
Ele deu um passo mais perto, a determinação em seus olhos clara.
— É a última vez que eu te peço.
Suspirei, derrotada pelo peso do momento.
— Tudo bem. Vamos a um lugar mais tranquilo.
Ele me acompanhou, suas palavras vindo com uma intensidade que fazia meu coração vacilar.
— Emi, eu ainda te amo. Aliás, eu nunca deixei de te amar.
As emoções misturadas em mim explodiram de uma só vez.
— Sei. Então você terminou comigo por quê, mesmo? Ah, já sei... capricho. Você não se contentou comigo e foi pegar minha amiga. Confessa!
— Não é nada disso, Emi — ele afirmou, com uma sinceridade feroz. — Eu não estou namorando a Euzi.
— E por que você está aqui com ela? — perguntei, cruzando os braços com desconfiança.
— É uma festa onde as meninas convidam os meninos. Ela me convidou e eu aceitei porque sabia que você viria. Você vai me deixar explicar, sim ou não?
Olhei para ele, meu coração dividido entre o orgulho e o desejo.
— Tudo bem, eu me calo.
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