domingo, 24 de março de 2013

Tempos de Colegial Capítulo 74

Amizades, Amores e Recomeços 


Dulce surgiu com um sorriso radiante, seus olhos brilhando de alegria. – A Dani estava tão linda, não estava, meninas?  

– Muito linda. – Respondi, sentindo um calor no peito ao lembrar do brilho da amiga no altar.  

– Garotas, venham comigo! Quero que conheçam o Eduardo. Vocês vão adorar conhecê-lo; ele é muito legal. – Dulce anunciou, empolgada, enquanto nos puxava pelo braço.  

Andreia, como sempre, não resistiu a um comentário provocativo. – Deve ser mesmo, para ter aguentado a Tamara por tanto tempo!  

Revirei os olhos, tentando manter a compostura. – Se comporta, Andreia.  

– Eu sempre me comporto, "mamãe"! – Ela respondeu, em tom brincalhão, mas cheia de malícia.  

Márcia balançou a cabeça, com uma risada curta. – Não adianta fazer gracinha, a gente já te conhece.  

Dulce sorriu, compreensiva. – Tudo bem, meninas, eu já conheço o jeito da Andreia.  

– Conhece como? – Márcia perguntou, curiosa.  

– De tanto ouvir falar. – Dulce respondeu, com uma leveza que parecia carregar segredos.  

Andreia franziu o cenho, intrigada. – As pessoas falam de mim pelas costas?  

– E como falam! – Dulce exclamou, tentando suavizar a tensão com humor.  

Andreia ergueu uma sobrancelha. – Bem ou mal?  

Dulce hesitou por um momento, antes de responder. – Depende...  

– Não, não depende de nada! Me conta agora o que as pessoas andam falando de mim! – Andreia exigiu, sua impaciência começando a transparecer.  

– Eu não quero te magoar, Andreia. – Dulce disse, tentando fugir do assunto.  

– Não importa, me conta! – Andreia insistiu, com determinação que parecia inabalável.  

Márcia deu um passo à frente, decidida. – Conta, Dulce. Ela não vai te deixar em paz enquanto você não contar.  

Suspirando, Dulce finalmente cedeu. – Eu ouvi a Tamara falando sobre você agir assim.  

– Assim como? – Andreia questionou, agora mais curiosa do que nunca.  

– Sobre você não gostar de casamentos, não querer ter filhos. Ela disse que... – Dulce hesitou.  

– Disse o quê? – Andreia pressionou, com uma tensão crescente em sua voz.  

– Que, desse jeito, você nunca vai arrumar um namorado e que vai ficar sozinha. – Dulce revelou, tentando medir suas palavras.  

A expressão de Andreia mudou instantaneamente; seus olhos brilharam com uma fúria crescente. – Aquela venenosa! Quem ela pensa que é?  

Márcia tentou acalmá-la. – Não liga para isso, Andreia.  

– Eu ligo sim! – Andreia disparou, sem hesitar. – Vou fazer aquela peçonhenta morder a língua!  

– Se você agredi-la vai perder a razão. Você sabe disso. – Dulce alertou, sua voz cheia de preocupação.  

– Não me importo, só quero fazê-la engolir o que disse! – Andreia declarou com firmeza.  

Dulce abaixou a cabeça, arrependida. – Eu não devia ter te contado nada.  

– Andy, fica na tua! É o casamento da Dani, não vai estragar, por favor. – Pedi, tentando controlar a situação.  

Mas Andreia não podia ser contida. – A minha vontade é amassar a cara dela com um soco.  

– Não vou deixar você fazer isso. – Retruquei, tentando manter minha voz firme.  

– Eu que não vou permitir que aquela vaca fique falando mal de mim! – Andreia respondeu, sua raiva quase palpável.  

– Andy, por favor, não faça nada de que você possa se arrepender depois. – Insisti, quase implorando.  

– Eu tenho certeza de que não vou me arrepender de nada. – Andreia respondeu, com os olhos brilhando de determinação.  

Dulce tentou uma última vez. – Não faz nada, Andreia, por favor.  

Andreia apenas sorriu de forma irônica antes de se afastar. – Já volto, meninas.  

Dulce olhou para mim, com arrependimento estampado no rosto. – Eu não devia ter comentado nada.  

– Tudo bem, Dulce. Ela ia saber de qualquer jeito. – Respondi, tentando aliviar sua culpa.  

E, apesar da fúria de Andreia, a tensão acabou sendo amenizada. O pai de Tamara havia se mudado para outra cidade e levado a filha junto. Essa foi por pouco! No entanto, o impacto emocional do comentário de Tamara em Andreia foi evidente.  

Quando ela voltou, algo parecia diferente. Sua expressão era mais tranquila, quase reflexiva.  

– Meninas, o veneno da Tamara serviu para me abrir os olhos. – Andreia declarou, com uma maturidade inesperada.  

– Do que você está falando? – Dulce perguntou, intrigada.  

– Decidi que não vou mais abominar casamentos e que vou dar uma chance. Mas não significa que vou passar o dia com a barriga no fogão nem me matar de lavar roupa. Se eu me casar, é para ter um companheiro e não um patrão. E tenho dito! – Andreia respondeu, com um sorriso confiante.  

Não pude evitar rir e responder com ternura. – Andy, você é uma figura! Uma figura que eu amo, minha amiga.  

Andreia retribuiu com um sorriso caloroso. – Também te amo, mas não quero ficar aqui falando. Vamos conhecer o novo karaokê que abriu perto da minha casa?  

– Vamos! Eu adoro cantar. – Márcia exclamou, animada.  

– Você devia era cantar o Beto. – Andreia provocou, piscando para Márcia.  

– Andreia! – Márcia respondeu, tentando disfarçar o rubor que subia por seu rosto.  


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