Conflito e Coragem
Mamãe entrou no quarto, arrancou o telefone das minhas mãos e declarou, com uma frieza cortante, que eu nunca mais veria meu Kássio. Meu coração se partiu em mil pedaços. Não podia me imaginar sem o meu Kássio!
— A senhora não pode fazer isso comigo! — gritei, desesperada.
— Posso sim! Eu sou sua mãe e você tem que me obedecer! Desde que você passou a andar com esse garoto, você ficou rebelde. Quem sabe ele não é um delinquente? Era só o que faltava, a minha filha andando com um delinquente! — retrucou mamãe, com raiva.
— O Kássio não é um delinquente! Ele é a melhor pessoa que eu conheço! — defendi, com lágrimas nos olhos.
— Ele é um delinquente sim! E você não vai mais andar com ele! — insistiu mamãe, implacável.
— Eu odeio você! Você só sabe estragar minha vida! A senhora não é minha dona! Eu não sou uma boneca, que a senhora brinca e faz o que quer! — gritei, sentindo o desespero tomar conta de mim.
— Cala a boca! Você está de castigo, e nada de telefone! E o seu ódio não me interessa, sabe por quê? Porque depois que você se desiludir com esse Kássio, você vem correndo chorar no colo da mamãe! Aí vamos ver quem é que você odeia! — respondeu mamãe, com um sorriso cruel.
— Sai do meu quarto! Eu odeio você! Odeio! Eu te odeio! — gritei, com toda a força do meu coração partido.
Sami entrou no quarto, tentando acalmar a situação.
— Emi, você não pode dizer que odeia a mamãe, é pecado! Por mais que ela te contrarie, ela é sua mãe. — disse Sami, com um olhar preocupado.
— Não me importa! Eu a odeio! Eu não vou pra esse colégio interno. NÃO VOU, TÁ OUVINDO MÃE? — gritei, determinada.
— Para com isso, Emi, a mamãe vai te bater. — alertou Sami, com medo.
— Eu estou cansada, Sami. Não vou pra esse colégio. — respondi, exausta.
— E o que você vai fazer? — perguntou Sami, com um nó na garganta.
— Eu vou fugir! — declarei, com firmeza.
— Fugir?! Não, Emi! Você não pode fazer isso! — implorou Sami, desesperada.
— Eu vou fugir sim! Vou embora dessa casa, ela nunca mais vai mandar em mim! — afirmei, decidida.
— Não faça isso, Emi! — suplicou Sami, com lágrimas nos olhos.
— Vou fugir hoje à noite! — finalizei, com uma determinação inabalável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe um comentário.
Por favor, não use palavras de baixo calão, caso contrário seu comentário será excluído. Ok?
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.