domingo, 29 de abril de 2012

Tempos de Colegial Capítulo 35

 Corações Partidos e Segredos Não Revelados


— Tudo bem. Se é assim que você quer, Kássio! Mas saiba que eu não vou correr atrás de você — disse, tentando soar forte, enquanto sentia meu coração se despedaçar lentamente.

— Que bom, porque não é isso que eu quero. Não gosto de menina grudenta — respondeu ele, com um tom indiferente que feriu como uma faca.

— Menina grudenta?! Eu nunca fui grudenta com você! — retruquei, sentindo minha voz falhar enquanto as lágrimas ameaçavam cair.

A verdade era que eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Meu Kássio, o amor da minha vida, estava me deixando. Depois de tudo o que fiz, depois de tudo o que enfrentamos, ele simplesmente decidiu que não me queria mais.

— Emi, por favor, não torna isso mais difícil — disse ele, desviando o olhar.  

Respirei fundo, lutando contra a dor que me sufocava. 

— Eu já vou para casa. Espero que você melhore logo. Tchau!  

— Tchau, Emi — respondeu ele, mas sua voz soou mais suave, quase sussurrada. Quando já estava saindo, ouvi sua voz baixinha, um sussurro que parecia mais para ele mesmo do que para mim: — É pro seu bem, minha Emi. Logo a gente vai ficar junto. Espero que você consiga me perdoar.

Saí do hospital com uma enorme dor no peito, uma sensação de vazio que parecia me consumir por completo. As palavras dele ecoavam na minha cabeça, mas a única coisa que conseguia acreditar era que ele não me amava mais.

Peguei meu celular, com os olhos ainda turvos pelas lágrimas, e liguei para Danile. Eu precisava de um lugar onde pudesse fugir daquela dor, ao menos por uma noite.

— Dani, posso dormir na sua casa hoje?  

— Claro que pode, amiga! O que aconteceu? — perguntou ela, em um tom preocupado.

— O Kássio terminou comigo — respondi, enquanto as palavras saíam da minha boca como se não pertencessem à minha realidade.

— Como assim? Até ontem ele estava todo amoroso com você. Eu não entendo!  

— Eu menos ainda. Tô chegando — disse, encerrando a chamada antes que minha voz se quebrasse.

Quando cheguei à casa dela, Danile me recebeu com um abraço caloroso e olhos repletos de curiosidade e preocupação.

— Oi, amiga, pode entrar. Me conta o que aconteceu. Ele não te disse o porquê do término? — perguntou, enquanto me guiava até o sofá.

— Não. Ele só pediu para eu ir embora e disse que não gostava de garota grudenta. Mas eu nunca fui grudenta! — respondi, sentindo a indignação e a dor se misturarem.

— Isso é muito estranho — refletiu ela, franzindo a testa.

— Você acha que ele tem outra? — perguntei, com a voz cheia de medo.

— Não sei. Talvez não seja isso — respondeu, mas seu tom não me tranquilizou.

— Então o que poderia ser?  

— Se a sua mãe não queria que vocês namorassem, talvez os pais dele estejam fazendo o mesmo.  

— Ele é maior de idade, Dani! — rebati, tentando encontrar lógica naquela situação.

— Isso não quer dizer nada, quando se tem pais autoritários — ponderou, pensativa.

— Você está sabendo de alguma coisa? — perguntei, meu coração apertado, enquanto tentava decifrar se havia algo que ela não estava me contando.

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